terça-feira, 25 de maio de 2010

..ontem quando o meu travesseiro não era mais o peito teu
eu acordei em paz por respirar sozinha
lavei a imagem embaçada dos olhos que por tanto tempo tinham sido espelho
espalmei com leveza o ar libertando das mãos a poeira do entrelace
já não tinha o que vestir
o que precisei guardar foi coberto por mil braços alheios
descalcei os meus pés do teu rastro
e me adaptei bem a ter uma única sombra
caminhei na companhia doce da ausência
e doces forem os beijos alforriados
e cálidas foram as lágrimas de saudade
você nunca soube
por tanto que lhe tenha sido
nenhum dos meus sorrisos foram teus
e se hoje vomito flores nas mesas de bar
não é lhe pedindo pra voltar
terei os meus olhos de ressaca dia seguinte
me lembrando que nunca mais te verei amanhecer
inspiro..
..expiro.

*ana, ácido em frascos

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